Texto: Elka Macedo – Comunicação SDR Bahia
Desde que a pandemia provocada pela covid19 se intensificou no Brasil, a comunicação virtual se tornou uma das principais, senão a mais importante, ferramenta de mobilização, informação e de trabalho. Neste sentido, as assessorias de comunicação dos governos e organizações não-governamentais foram desafiadas a buscar plataformas e se adequar a diferentes instrumentos virtuais que pudessem facilitar e garantir a realização de campanhas, reuniões e outras atividades que garantissem a continuidade das ações de forma remota.
Pensando nesta realidade, foi realizada na tarde desta segunda-feira, 16, a roda de diálogo com o tema aprendizados e desafios de fazer comunicação em meio à pandemia. O momento contou com a participação da coordenadora de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) da Bahia, Silvia Costa; da comunicóloga e membro da coordenação executiva do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), Luciana Rios e das integrantes do coletivo de comunicação popular da Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (Cofaspi), Luna Layse e Anne Girassol.
Silvia Costa destacou os pontos-chave da comunicação do Governo no período de pandemia, “Naqueles dias a comunicação se voltou toda para a pandemia e tinha que ser porque era para salvar vidas. Então a estratégia de comunicação do governo foi voltada para a saúde. E cabia a nós enquanto coordenadores de comunicação das assessorias buscar soluções dentro das nossas possibilidades. A gente começou a buscar os nossos diferenciais porque tudo parou então a gente buscou alguns conceitos da agricultura familiar e começamos a trabalhar dentro das nossas redes sociais a questão dos alimentos saudáveis com cuidado com o meio ambiente, que levam segurança alimentar e nutricional tanto para quem produz e para quem consome”.
Além de buscar formas criativas de comunicar as ações e se aperfeiçoar no uso das redes sociais, outros desafios foram postos para os setores de comunicação como explicou Luciana Rios. “A gente teve que aprender a usar as ferramentas de transmissão online e intensificar essa concepção que a gente vem construindo aqui no Sasop, ao longo dos anos, de uma comunicação colaborativa. A gente entende que somos facilitadores de conteúdo. Nós ajudamos a pensar as estratégias, mas quem constrói o conhecimento é quem está no campo”.
Luna Layse explicita que foi preciso reciclar o conhecimento, se adequar a novas ferramentas e reinventar as velhas formas de fazer comunicação nas redes sociais. “A gente vem aprendendo na prática porque a pandemia vem como algo inesperado e a gente precisou estudar, pesquisar como usar as plataformas para reuniões. Ainda têm ficado muitas coisas para gente pesquisar e aprender, mas eu sinto que nos deu outras possibilidades de reduzir as distâncias porque muitas coisas que a gente fazia presencialmente, se deslocar a gente conseguiu realizar e se adequar e mesmo distante conseguimos estar próximos”.
Aprender a lidar com as plataformas virtuais foi desafio não só para quem trabalha com comunicação, mas para todos/as que precisaram utilizar-se da modalidade de trabalho em casa (home office), e um dos pontos positivos desta realidade foi o olhar mais atencioso para a importância da comunicação e, sobretudo, da comunicação popular feita pelas populações do campo e da cidade.
“Entre os retornos que a gente recebe o que me traz mais alegria é perceber que as famílias estão construindo essa sensibilidade e o olhar para a comunicação popular enquanto algo fundamental nas comunidades e aí cada vez mais, vão chegando demandas de atividades formativas. Isso nos deixa feliz porque mostra que elas e eles estão percebendo a necessidade de mostrar as suas realidades, o que fazem e como fazem”, exemplifica, Luna.
A Roda de diálogo é o terceiro evento semanal da programação do Mês da Comunicação Popular. A ação é uma iniciativa do núcleo de comunicação do Pró-Semiárido, que integra a assessoria de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e envolve os comunicadores e as comunicadoras do Instituto Regional da Pequena Agropecuária (Irpaa); Associação de Assistência Técnica e Assessoria aos Trabalhadores Rurais e Movimentos Populares (Cactus); Cofaspi; Sasop, além do Departamento de Formação de Órgãos Colegiados (DFOC) e a Rede Educom.
O Pró-Semiárido é um projeto do Governo do Estado, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vincula à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento