Intercâmbios entre famílias rurais do Mais Água II e P1+2 ampliam troca de saberes e vivência de práticas agroecológicas

Visita a experiências agroecológicas em comunidades rurais

Texto: Luna Layse Almeida e Ediane Bispo  Fotos: Arquivo COFASPI

Os intercâmbios de experiências promovem a troca de saberes entre famílias agricultoras que são protagonistas no processo de produção de alimentos agroecológicos e se organizam na luta pela conquista de políticas públicas. É assim que são criados espaços de fortalecimento, compartilhando experiências entre agricultoras e agricultores, que são passadas de geração em geração.

Buscando esse mútuo aprendizado, as famílias integrantes do Mais Água II (Convênio 027/2013 – Contratos 060 e 061/2014 – CAR/SDR/COFASPI), junto às famílias que participaram do Programa Uma Terra e Duas Água – P1+2 (que está sendo acompanhado pelo Movimento de Organização Comunitária, com apoio da COFASPI, e financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) se deslocaram para intercâmbios em propriedades de outras agricultoras e agricultores em cidades da região de Jacobina. Conheça as experiências agroecológicas que foram visitadas pelas/os intercambistas:

Comunidade Palmeiras, Mirangaba/BA – Em uma região de grota e rodeada por belezas naturais como as cachoeiras, as/os agricultoras/es conheceram as experiências de produção agroecológica de um dos grupos de famílias que fazem parte da Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias do Piemonte (REFAS). Visitaram o sítio de Paulo e Creusa, onde acompanharam o processo de produção de um biofertilizante usado para o controle de insetos. Além disso, também dialogaram com jovens do grupo Grota Quilombola, que promove iniciativas pelo reconhecimento da identidade negra das famílias de comunidades na região.

Comunidade Palmeiras, Mirangaba/BA

Casa do Menor e Coopes, em Capim Grosso/BA – Na Associação Comunitária Centro Assistencial da Criança e do Adolescente, conhecida como Casa do Menor, foram trocadas experiências de produção agroecológicas, uso de biofertilizantes e adubos orgânicos, criação de aves (patos e galinhas), além de conhecer o apiário da instituição. As/os visitantes acompanharam ainda o processo de beneficiamento do licuri da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes). Também foi discutido sobre a necessidade do armazenamento das sementes crioulas, importantes para garantir segurança alimentar e nutricional, bem como a adaptabilidade destas sementes ao Semiárido.

Casa do Menor e Coopes, em Capim Grosso/BA

Comunidade Paraíso, Jacobina/BA – O plantio de variedades da palma (mão de moça, miúda e orelha de elefante) chama a atenção de visitantes que chegam à propriedade da família de Edson e Normeide. A produção é uma das reservas estratégicas, assim como a silagem, variedades de capim, principalmente o capim-açu, e cevada que servem para a alimentação do gado de leite. A quantidade média chega ser de 400 litros de leite colhidos por dia, utilizando a ordenhadeira mecânica. Geralmente também costumam recorrer a técnicas como o melhoramento genético para aumentar produtividade. A família integra a Associação de Produtores de Leite de Novo Paraiso e Adjacências, que tem acompanhamento técnico da COFASPI por meio do Bahia Produtiva, financiado pela CAR/SDR; Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e Grupo Banco Mundial, além do apoio de parceiras/os.

Comunidade Paraíso, Jacobina/BA

Comunidade Inácio João, Caém/BA – No Inácio João, muitas famílias agricultoras melhoram sua qualidade de vida a partir do acesso a políticas sociais. Foram visitadas as experiências de integrantes da REFAS, conhecendo a produção agroecológica de Janete e o esposo Aparecido; Edeuzuita e o esposo José; da agricultora Edinalva e a filha Onília; como também o trabalho do agricultor Antônio. Ambos comercializam alimentos agroecológicos na feira de Caém. Desenvolvem produções de hortaliças, fruteiras, plantas medicinais, entre outras. É comum ainda na região a criação de galinhas que foi estimulada pelo Projeto Bahia Produtiva, com acompanhamento técnico da COFASPI e financiamento da CAR/SDR/Bahiater/Grupo Banco Mundial. Além disso, também é feito beneficiamento de produtos. “Adquirir uma cisterna foi um avanço muito grande, tanto para mim como para a comunidade. Hoje as pessoas aqui têm autonomia para gerar renda e ter qualidade de vida”, relata Janete.

Comunidade Inácio João, Caém/BA

Comunidade Mata do Estado, Capim Grosso/BA – Conhecedores de propriedades medicinais de diversas plantas, os anfitriões Pedro e Nativa fizeram uma caminhada pela propriedade com as/os visitantes, mostrando as hortas cobertas com sombrites e com canteiros econômicos que têm lonas para reduzir a perda de água. Também mostraram variedades de plantas como vick, magnopirol e outras medicinais. A família costuma, inclusive, produzir um xarope natural para gripes e resfriados. Cultiva ainda uma diversidade de flores e fruteiras, ampliada após a implementação de uma cisterna enxurrada na propriedade. “Foi muito gratificante receber o pessoal aqui e eu ‘tô’ muito feliz por isso”, contou Pedro.

Comunidade Mata do Estado, Capim Grosso/BA

Comunidade Almas, Miguel Calmon – A família de Darticleia e José faz parte da REFAS, comercializando o excedente de frutas e hortaliças agroecológicas na feira em Miguel Calmon. O agricultor ficou conhecido como Zé Moto Jegue, depois de usar cangaias na moto para transportar alimentos da comunidade para a feira da cidade. Além de produzir alimentos, a família tem criação de gado e aproveita o esterco para gerar o biogás (energia renovável) com a tecnologia biodigestor. Para saber mais sobre essa tecnologia acesse o vídeo feito com a família de Darticleia e José, que está disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=VRy3i6EgeBo

Comunidade Almas, Miguel Calmon

 

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