P1+2 em Jacobina e Caém/BA

Agricultores relembram momentos marcantes do projeto através de vídeos, imagens e produtos da comunicação a exemplo do informativo O Candeeiro.

Nos dias 27 e 28/02, a equipe técnica do Movimento de Organização Comunitária (MOC), com apoio da Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI), realizou em Jacobina/BA, o Encontro Territorial de Avaliação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). O evento faz parte das atividades previstas no projeto que já implementou 200 tecnologias sociais de convivência com o Semiárido, como cisterna calçadão, cisterna enxurrada e barreiro trincheira familiar nos municípios de Caém e Jacobina/BA.

É a partir da conquista destas e outras políticas públicas através da organização e lutas coletivas nos movimentos sociais e associações comunitárias, que as/os agricultoras/es conseguem permanecer no campo com vida digna.

Estiveram reunidos os diferentes participantes do projeto: famílias agricultoras, pedreiros, comissão de água e a equipe técnica do MOC, que vem acompanhando as famílias no processo de implementação de tecnologias sociais, e por meio de uma dinâmica de grupos, juntos avaliaram as etapas do P1+2, que envolve a seleção e cadastramento das famílias agricultoras; cursos sobre gestão da água e manejo agroecológico; diagnósticos participativos; construção/implementação das tecnologias sociais; intercâmbios e encontros, dentre outras. Em todas essas etapas, o trabalho coletivo é essencial e todos os atores e atrizes são protagonistas no processo de implementação das tecnologias.

Famílias agricultoras, equipe técnica, comissão de água e pedreiros reunidos para avaliação do P1+2

Durante a avalição, as/os agricultoras/es socializaram os desafios e fizeram sugestões de melhorias, a exemplo da continuidade da assistência técnica. Relembraram momentos marcantes e destacaram a importância dos cursos de formação e intercâmbios para a troca de saberes, bem como conhecer experiências agroecológicas de outras famílias agricultoras.

Os participantes avaliaram ainda a atuação da equipe técnica e dos pedreiros e pontuaram como o acesso a água vem melhorando a qualidade de vida e autonomia das famílias. “Até aqui a gente foi bem assistido, tanto pelos técnicos como pelos pedreiros. Não tenho o que reclamar. Esse modelo de trabalho em grupo, dos encontros e dos intercâmbios fez a gente interagir, fazer amizade com outras pessoas, e incentivou a produzir e aprender. Eu mesmo não tinha condição de fazer uma cisterna dessa sozinha, e só peço força a Deus para plantar ainda mais e que nós continuemos unidos, na luta para que outras famílias que ainda não tem a cisterna também consiga, porque é muito bom”, avaliou a agricultora Aidia Conceição.

Também avaliaram a elaboração dos projetos de investimento produtivo, fase ainda em andamento, e ao final ressaltaram a importância de avaliar as ações do projeto. “Estes dois dias de avaliação foi muito importante, porque a gente teve a oportunidade de avaliar coletivamente, o que foi bom, o que deu errado, de tirar nossas dúvidas e também de avaliar nosso papel de agricultoras/es durante o projeto e de como a gente vai usar as cisternas para melhorar nossas vidas daqui para frente”, destacou a agricultora Claudiana Oliveira.

O encontro ainda foi abrilhantado pela apresentação de um grupo de mulheres da comunidade de Inchu, município de Jacobina, fazendo a animação com cantorias, roda de samba e declamação de versos da tradição popular, evidenciando assim traços da memória cultural e ancestralidade local.

Conquistas – Através de suas lutas coletivas e conquista de direitos sociais como o acesso à água, as famílias agricultoras também buscam alcançar soberania e segurança alimentar, a autonomia e geração de renda, além de ampliarem a troca de saberes sobre as práticas agroecológicas. Assim resistem em um momento político de constante redução de direitos e cortes do Governo Federal para políticas e programas de convivência com o Semiárido.

P1+2 – O Programa criado pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), integra um conjunto de políticas públicas de convivência com o Semiárido e nesta etapa está sendo financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nos municípios de Jacobina e Caém o projeto atende 200 famílias e é acompanhado pelo MOC desde o início de 2018.

Texto e Fotos: Ediane Bispo e Luna Layse Almeida

Mística de abertura animada com roda de samba e declamação de versos populares
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