Associativismo e luta coletiva: ferramentas para a conquista de direitos e acesso à políticas públicas da Agricultura Familiar na Comunidade Recanto de Caém-BA

Por Anne Girassol – Comunicação/Cofaspi

A organização coletiva e o associativismo é uma das fortalezas na comunidade Recanto do Mirim, município de Caém-BA. A associação local além de ser um lugar de integração, celebração de datas comemorativas e encontro das famílias é também um espaço de luta coletiva para a conquista de melhorias para a comunidade. De lá, constroem possibilidades de ter representatividade ou participação em outros espaços de decisão política e reivindicação de direitos, a exemplo do sindicato dos trabalhadores rurais, conselhos municipais e territorial. 

Durante o diagnóstico participativo, agricultores e agricultoras do Ater Agroecologia relataram que foi graças a essa luta coletiva que viram as primeiras políticas públicas chegarem à comunidade. Acessaram o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tecnologias sociais de captação de água, como as cisternas de consumo e produção, participaram de formações para produção agroecológica.

 

Destaca-se a forte participação das mulheres, organizadas em grupos que vislumbram estudos, empoderamento e a geração de renda com a produção de alimentos para fornecer ao PNAE do município. Histórico – As primeiras famílias da região se estabeleceram, há muitos anos, às margens do Rio Mirim, que deu origem ao nome da comunidade e foi importante fonte de água para produção agrícola, para matar a sede do povo e dos rebanhos de ovinos e caprinos, criação predominante na região. Hoje, o rio diminuiu seu curso, em função das mudanças climáticas, do desmatamento e ações humanas, como a exploração da iniciativa privada. Reflexões como estas foram realizadas durante o diagnóstico comunitário do projeto Ater Agroecologia. Por meio da metodologia participativa e ferramentas como o desenho do mapa da comunidade, as famílias dialogaram sobre os impactos ambientais na região, a partir das experiências que vivenciam. 

O diagnóstico comunitário participativo integra as ações do projeto ATER Agroecologia, do Governo do Estado da Bahia, por meio da Bahiater e a Secretaria de Desenvolvimento Rural. A Cofaspi é a entidade responsável pelo assessoramento técnico agroecológico a agricultores e agricultoras, visando construir estratégias para a convivência com o Semiárido, a segurança alimentar e nutricional, com a adoção de práticas agroecológicas, a conquista de autonomia  e geração de renda. Também articula parcerias para a comercialização, o acesso às políticas públicas e a autonomia das famílias agricultoras no enfrentamento das desigualdades sociais.

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Galeria de fotos:

           

Fotos: @anne.girassol

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