A educação contextualizada é essencial para Convivência com o Semiárido

Foto: Arquivo Cofaspi/ – Paula Bianca, Lorrany dos Santos e Dhenifer Lorrany, da comunidade quilombola Coqueiro, em Mirangaba, Bahia.

 

A educação contextualizada é essencial para Convivência com o Semiárido. A leitura é um elemento central nisso, considerando que, para além da decodificação, é preciso aprender a fazer a leitura de mundo, conforme defendia o educador Paulo Freire. Para ele, na formação dos sujeitos sociais, ao aprender a ler a frase “Eva viu a uva”, a/o educando/a precisa saber ler também todo o contexto, podendo se perguntar, por exemplo: Que lugar Eva ocupa na sociedade? Onde ela viu a uva? Ela teve acesso a uva? Quem produziu a uva e quem lucra com essa produção?

No momento em que o Brasil vive impactos irreparáveis na educação devido à pandemia e à falta de uma gestão responsável do país, é necessário reforçar a necessidade de garantir a contextualização no processo de ensino-aprendizagem.

Em Mirangaba, na Bahia, crianças da comunidade de Coqueiro de Mirangaba compensam a falta da escola lendo a publicação “O Candeeiro”, um boletim produzido por organizações sociais que integram a ASA.

Este material traz relatos de experiências de Convivência com o Semiárido vivenciadas pelas famílias agricultoras. Com linguagem de fácil compreensão e imagens para complementar a mensagem, “o Candeeiro” é um meio de comunicação popular bastante aceito pelo público, independente da faixa etária.  Desta forma, contribui para que tais experiências retratadas sejam replicadas entre as famílias, ampliando as possibilidades de qualidade de vida na região.

Nesse contexto que se estende por mais de um ano e as aulas presenciais permanecem suspensas nas comunidades rurais, Paula Bianca, Lorrany dos Santos e Dhenifer Lorrany são três crianças dentre o universo de milhares que seguem sendo prejudicadas. Segundo Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, a educação brasileira pode retroceder até quatro anos nos níveis de aprendizagem, mesmo havendo ensino remoto, que, inclusive, não é acessível a todas e todos.

O estudo mostra que as crianças e adolescentes podem estar deixando de aprender 72%, especialmente em português e matemática, se comparado a um ano letivo dentro da normalidade.

 

Foto: Anne Girassol – Comunicação Cofaspi | Edição: Adriana Amâncio – ASACom |Texto Erica Daiane, ASACom.

 

 

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