8 de março – Dia de Luta das Mulheres do Campo e da Cidade

Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” (Rosa Luxemburgo)

Texto: Tamara Rangel

O dia internacional da mulher marca um momento para homenagens, mas também de importantes lutas na sociedade. A representação do dia da mulher pela grande mídia, comércio ou em nosso cotidiano, muitas vezes, reforça o binarismo contra o qual se tem lutado historicamente, a exemplo de quando se resume à enaltecer a “delicadeza”, atribuindo às mulheres o papel de “enfeitar seus dias, perfumar seu redor, cuidar de você, dar aquele temperinho à sua comida” (trechos extraídos de campanhas publicitárias). Em contrapartida, diversos movimentos sociais que pautam o feminismo continuam saindo às ruas no oito de março para resgatar a memória deste dia de luta e denunciar as contradições ainda presentes em nossas vidas, como a violência e a desigualdade no acesso aos direitos.

Organizações como a COFASPI, que estão dia-a-dia no trabalho e na luta pela igualdade social das/os trabalhadoras/es do campo, compreendem que é importante reafirmar este dia de luta, e através do “Março Mulher” convida todas e todos a refletir sobre quais mudanças são necessárias para construir o acesso a direitos e igualdade de gênero. Durante décadas o trabalho da mulher no campo foi desvalorizado ou invisibilizado por uma estrutura social e cultural reforçada pelo machismo. Por isso, acreditamos que a agroecologia não é apenas uma forma de produção mais justa e saudável, mas também capaz de mudar a vida da mulher do campo ao colocá-la como protagonista de seu trabalho e luta. É assim que, através da construção da agroecologia, as relações de gênero devem ser reinventadas e os direitos entre homens e mulheres compartilhados com igualdade.

Sem feminismo, não há agroecologia!

As origens do dia internacional da mulher

Muitas são as histórias em torno da origem do Dia Internacional da Mulher. O que acostumamos ouvir é que 8 de março é uma data para se homenagear as mulheres que conquistaram seu espaço e serem “inteligentes, mães, fortes ou guerreiras por conseguirem trabalhar duplamente fora e dentro de casa”. Esse discurso releva que ainda são muitos os reflexos da naturalização da exploração do trabalho invisível e da divisão sexual do trabalho, culturalmente enraizadas na sociedade, e por vezes a data se torna meramente um dia comercial. Por outro lado, este é um dia de luta que tem origem em acontecimentos que marcaram mudanças na vida das mulheres.

Um dos mais marcantes foi a greve por reivindicação de direitos realizada por 129 operárias em Nova Iorque, no ano de 1857. As trabalhadoras foram assassinadas pelos patrões que incendiaram a fábrica têxtil ocupada por elas. Mas, além disso, muitas lutas protagonizadas pelas mulheres ocorram entre o final do século XIX até início do século XX, período que foi palco de greves e repressões de trabalhadoras/es e demarcado por grande efervescência dos movimentos socialistas no cenário mundial. Outro marco que caracteriza a escolha do 8 de março como dia internacional de luta da mulher, dentre uma série de fatos narrados sobre a data, é o início da Revolução Russa, quando as mulheres socialistas tomaram as ruas manifestando contra a fome, a guerra e o czarismo.

Para saber mais sobre as origens do 8 de março: Livro “As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres”, Ana Isabel Álvarez González, editora Expressão Popular.

 

Leia mais nos sites dos nossos parceiros: http://www.asabrasil.org.br/noticias?artigo_id=9007

http://marcozero.org/o-que-querem-as-mulheres-feministas-no-movimento-agroecologico/

http://www.asabrasil.org.br/noticias?artigo_id=10461

http://www.moc.org.br/videos/52/o-problema-tambem-e-meu-nao-a-violencia-contra-mulheres-06

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