A COFASPI desenvolve diversos projetos e atividades envolvendo as três dimensões da sustentabilidade: a dimensão ambiental, a social e a ecológica. Buscando a integração, através de uma análise transversal, das relações de gênero e da realidade da juventude rural ressaltando, dessa forma, a subdimensão cultural das comunidades com o objetivo de obter reflexões mais profundas a respeito das dinâmicas existentes nestas e, por fim, fornecendo subsídios para a construção de alternativas eficientes e efetivas para a transformação das limitações e potencialidades detectadas e analisadas.
Aqui, o termo gênero, “diz respeito à construção social do masculino e feminino, ou seja, aos papéis cunhados e moldados pela sociedade e regidos por valores culturais, religião, leis, posição social, economia e sistema político. Esta categoria de análise aborda todas as formas de relações sociais que contribuem para fixar e perpetuar as identidades e os papéis das pessoas de acordo com seu sexo” (Küchemann, 2000).
Segundo Küchemann (2000), quando trabalhamos com o enfoque de gênero, devemos buscar uma perspectiva sem preconceitos ou estereótipos. Dessa forma, propõe-se que os processos devem ter como objetivo ver, avaliar, apoiar e valorizar o trabalho efetivamente realizado pelas pessoas e seu potencial de mudança. Nesta abordagem deve-se recordar que gênero é uma construção social, independente do sexo e que, atualmente, o gênero feminino tem sofrido exclusão e até invisibilidade nas análises e nas ações de assistência técnica e extensão rural. A cultura atual, com exceções, relega a esse gênero um papel apenas de reprodutor, em um ambiente doméstico, desconsiderando sua participação ativa também como produtora em toda a dinâmica social, econômica e ambiental da sociedade.
As metodologias utilizadas também têm um enfoque no papel da juventude rural nas dinâmicas locais. Observa-se que esta categoria tem também sofrido uma invisibilidade dentro das políticas públicas durante décadas, o que os levou a um êxodo cada vez mais permanente, migrando do Nordeste para Sudeste, Centro-Oeste e em menor escala para o Sul. Em muitas comunidades existe o êxodo temporário associado ao período de colheita em grandes propriedades em outras regiões.
Existe um fator que interfere cada vez mais na manutenção do jovem no campo, os serviços básicos chegam de maneira irregular e limitada nas áreas rurais. Há limitação ao acesso à informação, saúde, educação, cultura, esporte, lazer moradia, transporte, saneamento e água. Outro fator que interfere nesta manutenção é o acesso à terra, cada vez mais restrita. As propriedades dos agricultores familiares geralmente não conseguem assegurar uma herança que permita a reprodução e produção desses jovens no seu local de origem, afastando os jovens do campo em busca de oportunidades na área urbana.
Correlacionando essas categorias antes excluídas das políticas públicas, ressalta-se o papel destes para assegurar a segurança alimentar e nutricional das famílias. Principalmente as mulheres, que são as principais responsáveis pela alimentação da família e geralmente cultivam e criam nos quintais de casa, alimentos para o consumo interno.
Dessa forma, as atividades devem integrar essas três temáticas, buscando fortalecer a família, homens, mulheres, jovens e crianças, envolvendo-os em todo o processo produtivo e reprodutivo, permitindo assim uma reflexão sobre a importância de cada um para a sustentabilidade do agroecossistema e da comunidade, possibilitando a construção de alternativas baseadas nas potencialidades e limitações de cada grupo.
Conheça algumas das nossas linhas de ação:
1) Assistência Técnica (clique e saiba mais)
2) Implementação de tecnologias sociais de captação de água da chuva para consumo humano e produção (clique e saiba mais)
3) Produção e comercialização de produtos agroecológicos (clique e saiba mais)
4) Apoio a Práticas de Reciclagem e Educação Ambiental (clique e saiba mais)
5) Construção e Acesso a Políticas Públicas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (clique e saiba mais)